quinta-feira, 24 de maio de 2012

Placentação

Formação da placenta
Por ocasião da implantação,o endométrio é invadido pela ação erosiva do sinciciotrofoblasto.Ele digere o epitélio endometrial, tecido conjuntivo subjacente e, finalmente,sua ação atinge os vasos sanguíneos e as glândulas endometriais.Todo o blastocisto fica incluído dentro do endométrio,enquanto o epitélio endometrial se refaz sobre a zona invadida e fecha o local de entrada.Trata-se de uma implantação intesticial.
As células do estroma endometrial sofrem a chamada reação decidual,tornando-se grandes,pálidas e com grande quantidade de glicogênio e lipídeos.Provavelmente,estão relacionadas com a nutrição inicial do germe e a produção hormonal e protegem o tecido materno contra uma invasão descontrolada do sinciciotrofoblasto.A mucosa cervical não sofre reação decidual,mas secreta um muco que reage como um tampão que oclui o canal cervical,protegendo o feto contra ataques externos de microorganismos.
Com 11 a 12 dias de desenvolvimento,começam a ser notada projeções do citotrofoblasto para dentro do sincicitotrofoblasto,contituindo-se as vilosidades primárias.Na terceira semana de desenvolvimento, surgem digitações do mesênquima extra-embrionário para dentro das vilosidades primárias, constituindo as vilosidades secundárias ou coriônicas.Em torno de 21 dias, o eixo do mesênquima das vilosidades secundárias dá origem a vasos coriônicos,formando uma ampla rede capilar nas vilosidades.Estão estabelecidas as vilosidades terciárias.
De início,as vilosidades coriônicas formam-se ao redor de todo o embrião.Elas persistem até a oitava semana.Mais tarde, as vilosidades voltadas para a decídua capsular regridem,só persistindo aquelas do pólo embrionário,ou seja, as adjacentes à decídua basal.Está formado o saco coriônico,contituído de uma parte vilosa-o córion viloso ou frondoso que corresponde à parte fetal da placenta - e o córion liso.
A partir do segundo mês, as vilosidades associadas à decídua basal aumentam cada vez mais em número e tamanho,ramificando-do bastante e adquirindo um aspecto arborescente.As vilosidades apresentam agora um tronco viloso de onde partem vários ramos.Os troncos vilosos e seus ramos projetam-se para os espaços intervilosos (originalmente lacunas do sinciciotrofoblasto),os quais são preenchidos por sangue materno.Quando o sinciciotrofoblasto invade a decídua basal,deixa zonas intactas(sem digerir)em forma de pequenas cristas,que se projetam para dentro do espaço intraveloso e que corresponde aos septos placentários.Os septos placentários dividem a área fetal da palcenta em 10 a 38 áreas convexas irregulares,que são os chamados cotilédones.Cada cotilédone contém dois ou mais troncos vilosos principais,sendo seus ramos banhados pelo sangue materno.
Todo o endométrio relacionado com as vilosidades coriônicas corresponde à decídua basal(parte materna da placenta).Somente a parte mais profunda do endométrio, a placa decidual,permanece após o parto e colabora para a regeneração do endométrio.
Funções da Placenta
A placenta é o local fundamental das trocas de nutrientes e gases entre mãe e feto. A placenta é um órgão maternofetal com dois componentes:
  • Uma porção fetal, que se origina de parte do saco coriônico, de onde emerge o cordão umbilical;
  • Uma porção materna, que deriva do endométrio que fica aderida ao útero.
A placenta e o cordão umbilical funcionam como um sistema de transporte das substâncias que transitam entre mãe e feto. Nutrientes e o oxigênio vão do sangue materno para o sangue fetal, e os produtos de excreção e o dióxido de carbono do sangue fetal para o sangue materno, através da placenta
Proteção: A placenta transporta anticorpos ao feto, esses anticorpos são responsáveis pela imunidade, formando uma barreira contra certas doenças e substâncias nocivas. Porém existem substâncias que apresentam a capacidade de ultrapassar essa barreira: a nicotina e o alcatrão do cigarro, o álcool, as drogas, alguns medicamentos (antibióticos, antiinflamatórios e sedativos), além de determinados vírus e bactérias, como os causadores da rubéola, varíola, hepatite, toxoplasmose e HIV.
Nutrição: Nutrientes vão do sangue materno para o sangue fetal, através das veias maternas e veias fetais por difusão simples e facilitada. Tal nutrição deve-se a síntese de glicogênio, colesterol, ácidos graxos e vitaminas.
Respiração: O sangue da mãe não entra em contato com sangue do feto, por isso a placenta apresenta uma estrutura em que as vilosidades por onde passam o sangue fetal ficam imersas nos seios sanguíneo da mãe. A troca de gases é feita através dos capilares. O transporte de gases envolve difusão simples e facilitada, a oxigenação adequada no feto deve-se essencialmente ao fluxo sanguíneo fetal.
Excreção: O feto precisa eliminar substâncias como o gás carbônico, uréia e acido úrico. Essas substâncias são excretadas através da placenta, que mandará por difusão simples do sangue fetal para a circulação materna de onde serão eliminadas posteriormente.
Produção de Hormônios: Os hormônios que serão produzidos durante o período de gestação são: Gonadotrofina Coriônioca (HCG), hormônio lactogênio placentário, hormônio melanotrófico, aldosterona, progesterona e estrogênio, que serão descritos adiante.
Tipos de Placenta
Podemos classificar as placentas de acordo com os seguintes critérios:
-Arranjo das membranas fetais;
-Formato da área de junção materno fetal;
-Modelos de tecidos de interdigitação materno fetal e
-Classificação pelas camadas componentes da membranas inter-hemática ou barreira placentária.
Classificação das placentas pelo arranjo das membranas fetais.
Cório-alantóide – Animais domésticos
Cório aminiótica – Humanos
Cório vitelínica - Marsupiais
Coriônia
Nos cães e nos eqüinos o saco vitelínico dura por mais tempo, por isso existe uma pequena placenta do tipo cório vitelínica ventral, juntamente com a placenta cório-alantóide. Nos ruminantes e suínos o alantóide na o atinge a região dorsal então temos uma região de placenta cório-amniótica dorsal.
São classificadas como cório-alantóides por ser a maior extensão da placenta neste formato.
 
Classificação da placenta pelo formato da área de junção materno-fetal
PLACENTA DIFUSA -  O cório viloso apresenta projeções em toda a superfície.PLACENTA DIFUSA COMPLETA – Eqüinos
A placenta da égua apresenta projeções chamadas microcotilédones ms não possui carúnculas

PLACENTA DIFUSA INCOMPLETA  - Suínos, porque nas regiões dorsais é incompleta.
PLACENTA ZONÁRIA – projeções coriônicas em determinados pontos
PLACENTA ZONÁRIA COTILEDONAR – Ruminantes
PLACENTA ZONÁRIA CIRCULAR OU ANELAR – Cães e gatos
PLACENTA ZONÁRIA DISCOIDAL – humana

Classificação placentária pelos modelos dos tecidos de interdigitação materno fetal
PLACENTA PREGUIADA – gata e cadela                                             
PLACENTA RUGOSA – Porca                                                                       
PLACENTA   VILOSA – Mulher, ruminantes, eqüinos                    
PLACENTA LABIRÍNTICA – capivara, paca, cutia. Porco-da-ínidia
Classificação placentárias pelas camadas componentes da membrana inter-hemática ou barreira placentária
EPITÉLIOCORIAL -Porca e Égua – Epitélio fetal e uterinos são intactos.
São seis camadas para passar substâncias dos vasos maternos para os fetais.
ENDOTÉLIOCORIAL  o epitélio forma um sincício, corroi o epitélio uterino – sitotrofoblasto.
O sincício trofoblasto – em contato com o endotélio
SINEPITÉLIOCORIAL(antiga sindesmocorial) – Ruminantes

Os ruminantes tem migração de células trofoblástias para o epitélio uterino, essas células multinucleadas parecem estar relacionadas com a retenção placentária. Nos bubalinos o nº de células é constante – não tem retenção placentária, nos bovinos o nº de células diminui do 7º mês de gestação – 30% de retenção placentária.

A migração dessas células possui a função de transporte de substâncias.

Bovinos – migração do trofoblasto binucleada transporta lactogênio placentário
Eqüinos – São chamadas células cup e trazem ECG

ANEXOS FETAIS  
Anexos embrionários são estruturas que se originam dos folhetos germinativos e que, entre outras funções, protegem e nutrem o embrião de répteis, aves e mamíferos.
O anexo embrionário ocorre em todos os vertebrados, sendo o único anexo embrionário presente nos peixes e anfíbios. Os anexos embrionários desaparecem durante o desenvolvimento e não estão presentes nos adultos.

SACO VITELÍNICO
Presente nos peixes, répteis, aves e mamíferos. É uma estrutura em forma de saco, revestida externamente pela mesoderme e, internamente, pela endoderme e constituída de um nutriente, denominado vitelo. Nos mamíferos, o saco vitelínico é reduzido e apresenta pouco vitelo, portanto, este anexo não é relevante para o processo de nutrição do embrião dos mamíferos, tal função é realizada pela placenta.                                                                                        Sua principal função é armazenar reservas nutritivas durante o desenvolvimento do embrião. Nos mamíferos esse anexo é reduzido, pois a placenta assume a função de nutrição do embrião.
Ligado ao intestino embrionário e ao embrião por meio de ductos, auxilia nos processos relativos à alimentação do indivíduo em formação. Isto é possível porque ele envolve o vitelo; as células derivadas do mesoderma digerem seus componentes e estes são distribuídos para os vasos sanguíneos do embrião, formados a partir do mesoderma. Animais ovovíparos geralmente nascem logo após a reabsorção do saco vitelínico. O cavalo-marinho é um exemplo. Neste, assim como em outros peixes, apenas este anexo embrionário está presente, e o vitelo se encontra abrigado em células denominadas macrômeros, e não em uma membrana vitelina.
Embrião e saco vitelínico ficam envoltos por uma membrana: o cório.
ALANTÓIDE
Membrana embrionária de aves, répteis e mamíferos que, nestes últimos (mamíferos), forma a placenta juntamente com o cório. É uma estrutura em forma de saco ou vesícula, ligada a parte posterior do intestino do embrião. Origina-se de uma saliência do intestino primitivo.
Assim como o saco vitelínico, o alantóide é formado pela mesoderme e endoderme. Sua principal função é remover e armazenar excretas produzidas pelo metabolismo do embrião. Em répteis e aves, armazena os resíduos nitrogenados formados pelo embrião durante o desenvolvimento. Nos mamíferos, isso não ocorre, pois as excretas nitrogenadas são eliminadas via placentária.
Nos embriões dos répteis e aves, o alantóide apresenta também função respiratória - retira oxigênio do ar, devolvendo gás carbônico - e tem, ainda, a função de extrair o cálcio da casca do ovo, que será utilizado na formação do esqueleto. A descalcificação da casca facilita seu rompimento no momento da eclosão do filhote. Nos mamíferos, os vasos sanguíneos da alantóide auxiliam na formação da placenta.
A alantóide tem ainda função excretora. Em embriões de répteis e aves é nele que são descarregados os produtos da excreção nitrogenada, representados notadamente pelo ácido úrico, substância esbranquiçada e pouco solúvel em água, menos tóxica que a amônia (dos peixes) e a uréia (dos mamíferos). Durante a permanência do embrião dentro do ovo com casca, o ácido úrico se mantém confinado dentro do alantoide.

ÂMNIO
Presente nos répteis, nas aves e nos mamíferos. O âmnio surge pela primeira vez nos répteis e é uma importante adaptação à vida no meio terrestre. Isso porque protege o embrião da dessecação e torna a reprodução independente da presença de água.
O âmnio envolve o embrião e posteriormente o feto e também reveste o cordão umbilical. Os animais que desenvolvem o âmnio durante a sua embriogênese denominam-se amniotas.
O âminio é uma fina membrana, formada pela ectoderme e a mesoderme, que constitui a bolsa amniótica (ou saco amniótico). Sua função é produzir o líquido amniótico que é composto de eletrólitos, proteínas, aminoácidos, substâncias nitrogenadas, lipídios, carboidratos, vitaminas, hormônios e células esfoliadas.
O líquido amniótico é normalmente engolido pelo feto e absorvido pelo trato gastrointestinal. Ele evita o ressecamento do embrião e o protege contra choques mecânicos.


 
CÓRION

O córion é uma membrana delgada e assim como o âmnio, formado pela ectoderme e a mesoderme e exerce as seguintes funções: proteção térmica, proteção contra a entrada de microorganismos patogênicos, e juntamente com o alantóide auxilia nas trocas gasosas.
Ocorre nos répteis, aves e mamíferos. É o anexo embrionário mais externo; envolve e protege os demais anexos.
Em répteis e aves, o córion se une ao alantóide, formando o alantocórion. O alantocórion fornece proteção e realiza trocas gasosas entre o embrião e o meio externo. Nos mamíferos, o córion se une ao alantóide formando a placenta.




Referências:

2 comentários:

  1. Oi!
    Tudo bem?
    Estou fazendo um trabalho da faculdade sobre Placentação em espécies domésticas.
    Um dos tópicos é sobre classificações das placentas, porém meu professor dividiu esse tópico em:
    1. Origem vascular
    2. Morfologia
    3. Estrutura histológica.
    Não consegui achar, só achei a parte das classificações das placentas, mas não achei sobre morfologia e estrutura histológica.
    Na verdade, achei várias coisas que acho que é estrutura histológica, pois fala da organização dos vilos coriônicos, enfim... E pelo que sei, morfologia é a forma externa...
    Vocês podem me ajudar?
    Obrigada!

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